Sabe aquela ideia de que a infância é a fase de brincar, correr pelo parque e comer pipoca assistindo desenho? Esquece. Enquanto a gente passava o dia fingindo que o chão era lava, tem uma geração de mini empreendedores que mal largaram a chupeta e já estão faturando cem mil reais por mês. Sim, isso mesmo: R$ 100 mil vendendo cursos em plataformas como Kiwify e Cakto.
Essas criancinhas fofas, que deveriam estar preocupadas com lição de casa e figurinhas do álbum da Copa, estão se jogando no marketing digital e recebendo cestas de espumante (que elas não podem nem beber, vale lembrar). Enquanto isso, nós, que passamos a infância sendo crianças, estamos aqui: adultos, cansados e lutando pra pagar o cartão de crédito.
Crianças CEO, nós? CLT!
O esquema funciona assim: as pequenas mentes brilhantes prometem fortunas para outras crianças e adolescentes. É só seguir o “método infalível” deles e, de repente, você também pode estar comprando um iPhone novo ou até pagando o aluguel da casa dos seus pais (pelo menos é o que dizem). Faturou R$ 100 mil? Ganha uma plaquinha e uma cesta de mimos com direito a espumante pra fingir que está comemorando como gente grande.
O mais chocante é que os pais dessas crianças — aqueles que deveriam estar se preocupando com boletos da escola e consultas médicas — muitas vezes acham tudo isso “um trabalho como outro qualquer”. Entre uma entrevista e outra, o discurso é sempre o mesmo: “Ah, a gente guarda o dinheiro pra quando ela crescer”. Só esqueceram de explicar pra pequena que trabalho infantil ainda é ilegal no Brasil.
Mas como assim, menor de idade com champanhe?
Ah, o marketing digital! A Kiwify e a Cakto, empresas por trás desses brindes, juram de pés juntos que só adultos podem se cadastrar nas plataformas. Mas, claro, alguém achou uma brecha. Afinal, por que não “emprestar” a conta do papai ou da mamãe, não é mesmo?
Enquanto isso, as redes sociais das crianças mostram o sonho americano versão mirim. São stories cheios de ironia sobre quem ainda não tá no esquema lucrativo, prints de números altos na conta e promessas de uma vida de luxo com pouco esforço. Tudo isso temperado com músicas motivacionais e frases do tipo: “Quer mudar de vida? Me chama no link da bio.”
Onde foi que erramos?
O ponto aqui não é só sobre crianças trabalhando (o que já é um problemão). É sobre o impacto que isso tem em quem assiste. Outras crianças veem esses vídeos e começam a achar que estudar é perda de tempo. Por que ir pra escola se você pode “virar milionário em casa”, né? Spoiler: não é tão simples quanto parece.
Enquanto isso, nós, adultos, que perdemos a chance de ganhar nossos milhões antes dos 10 anos, só nos resta refletir: será que aquela amarelinha no quintal valeu a pena?
E aí, ficou de cara? 😏