Claudia Leitte troca “Iemanjá” por “Yeshua” em música de axé e causa polêmica. Reação de Ivete e críticas de secretário repercutem.
Claudia Leitte sob Fogo Cruzado: Intolerância ou Convicção Religiosa?
Claudia Leitte voltou a ser alvo de uma intensa polêmica ao alterar a letra da música Caranguejo durante um show em Salvador. No lugar do verso original que homenageava Iemanjá, a cantora optou por entoar: “Eu canto meu rei Yeshua” — uma referência a Jesus em hebraico. A mudança gerou uma avalanche de críticas, especialmente por envolver o axé, um gênero profundamente enraizado nas tradições afro-brasileiras.
Mas o que realmente acendeu o debate foi o posicionamento do secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, que apontou a atitude como “um ato de racismo e apagamento cultural”.
De Iemanjá a Yeshua: A Controvérsia em Caranguejo
A música, lançada originalmente em 2004, é um marco da carreira de Claudia Leitte no axé. O verso que mencionava Iemanjá sempre foi uma celebração da rainha do mar, uma entidade venerada em religiões de matriz africana. No entanto, ao reescrever a letra, Leitte trocou a saudação a Iemanjá pela menção ao seu credo evangélico.
Essa não é a primeira vez que a cantora altera letras com referências afro-religiosas. Desde que adotou publicamente sua fé evangélica, Claudia tem evitado citar orixás em suas canções e apresentações, o que muitos consideram uma postura de intolerância religiosa.
Ivete Sangalo e a Repercussão do Caso
A polêmica ganhou ainda mais força quando Ivete Sangalo entrou na discussão — mesmo que indiretamente. A cantora curtiu uma publicação de Pedro Tourinho no Instagram, onde ele criticava o apagamento das referências afro-brasileiras no axé. Tourinho destacou que “reescrever a história dessa forma é um ato de racismo”.
Embora Ivete tenha rapidamente retirado sua curtida, o gesto foi interpretado como um endosso à crítica. Para muitos fãs, o silêncio de Sangalo em um momento tão delicado diz mais do que qualquer declaração pública.
A Voz do Secretário: Axé e a Cultura Afro-brasileira
Pedro Tourinho não poupou palavras ao reforçar a importância de preservar as raízes culturais do axé:
“Axé é uma palavra de origem yorubá, que tem um significado insubstituível na cultura de matriz africana. Quando um artista se diz parte desse movimento, mas escolhe reescrever a história, isso é racismo explícito”, declarou Tourinho.
O secretário também ressaltou que os 40 anos do axé devem ser celebrados com uma reflexão crítica, reconhecendo o papel central da cultura negra na criação e perpetuação do gênero.
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